O Fantoche Como Instrumento De Valor Educativo

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O Fantoche Como Instrumento De Valor Educativo
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O fantoche como instrumento de valor educativo

Serviços educativos para a primeira infância (0-6 anos)

Dr.ª. Paula G. Eleta

Primeira edição, Abril de 2019

Reedição actualizada, Agosto de 2020

© Paula G. Eleta 2021

Tradutor, Francisco Huo Aderito


Índice

Introdução

A importância de “abrir-se” ao contexto

Construir uma escola de amplas visões

O fantoche com a sua linguagem não exclui mas integra

O que entendemos por “fantoche?

Propor e desenvolver uma linguagem efectuada com o fantoche

A força do fantoche

O fantoche contudo não faz milagres...

O fantoche como linguagem simbólica

Fantoche poliglota e multi-cultural

Conceber os espaços educativos de forma mais flexível

Uma oportunidade de auscultação e de maior conhecimento dos alunos

Familias e fantoches Famiglie e burattini

Que imagens temos da “criança” e dos “pais”?

Conclusões

Construir personagens - fantoches com as crianças e os pais

Bibliografia de referência

LINKS

Breve apresentação de Paula G. Eleta

O fantoche como instrumento de valor educativo1 serviços educativos para a primeira infância (0-6 anos)

Dr.ª. Paula G. Eleta

Introdução

Nesta breve produção literária Paula Eleta aprofunda o tema do valor do fantoche no âmbito pedagógico, principalmente na primeira infância (0-6 anos), como instrumento eficaz para melhorar a qualidade do serviço educativo através do jogo. Sob tutela do educador1 o fantoche pode tornar-se um óptimo “assistente” para construir novos contextos educativos, em condições de oferecer a todos os titulares que alojam os serviços, acessos diferentes a um espaço comum e partilhado. O fantoche pode ser de ajuda para edificar uma “escola” mais inclusiva, dando voz e ouvidos aos vividos, às experiências, aos conhecimentos e às competências dos vários actores em jogo: as crianças (in primis), as famílias, os educadores, os coordenadores pedagógicos e outros sujeitos do próprio território.


“O fantoche como instrumento de valor educativo” é um livro escrito de forma acessível e imediata. Ainda mais, os assuntos tratados foram elaborados à luz da longa experiência acumulada no campo pela autora. Portanto, o conteúdo é rico de exemplos concretos e iluminativos e, as tantas propostas da actividade por realizar e assinala-se uma técnica fácil e veloz para construir personagens – fantoches: uma actividade que pode ser realizada, junto dos vários serviços educativos, seja juntamente com as famílias, como com as crianças (com o auxílio dos adultos).

A importância de “abrir-se” ao contexto

"A mente é como um pára-quedas, funciona só quando se abre”. Esta frase atribuída a Albert Einstein abre o nosso breve volume, na medida em que a abertura mental representa uma premissa fundamental para poder compreender porque e como adoptar a linguagem dos fantoches nos Serviços Educativos para a primeira infância (0-6 anos).

Para entrar no âmago da tal questão, é preciso antes de mais nada falar do “contexto”, efectivamente é muito importante saber colocar as nossas intervenções nos contextos sociais, territoriais e culturais onde acontecem.

Compreender o contexto onde operam diariamente nos ajuda a ir mais além dos problemas contingentes, para enriquecer a cultura pedagógica do Serviço e acima de tudo para elaborar um pensamento planificado capaz de ler a complexidade e a diversidade da nossa sociedade, do nosso mundo, do nosso Serviço Educativo e dos nossos utentes. Resumidamente, isto nos permite centralizar o interesse pedagógico na pessoa e, daí, de poder responder às necessidades emergentes das nossas crianças e das suas famílias.

Algumas décadas atrás, o pedagogo francês Bertrand Schwartz (Ver. 1997: 209), frisava o “destaque” do sistema educativo e daquele formativo relativamente aos discentes, ao mundo do trabalho, à vida, ao ambiente, às actividades culturais e também no que diz respeito ao próprio território.

Nestes últimos vinte anos, os Serviços para a primeira Infância têm focado os próprios esforços fundamentalmente na criança e não naquilo que o circunda: assim as famílias, a diversidade, o território ficaram fora do pensamento, da planificação e da programação pedagógica, privando os educadores de preciosos instrumentos de trabalho e “restringindo” o olhar, pelo contrário é necessário que seja aberto para contemplar um mundo em evolução e profunda mudança.

Saber valorizar o “contexto” nos nossos programas educativos representa, pelo contrário, a meu ver, uma importante oportunidade mesmo para sensibilizar as crianças à interculturalidade e ao modelo de encontro e, por conseguinte, representa uma ocasião para contribuir no desenvolvimento das competências significativas que dizem respeito, cabalmente, ao presente e ao futuro de cada criança.

Construir uma escola de amplas visões

A possibilidade de construir uma escola de amplas visões não é, contudo, nem deduzida nem simples. Actualmente a escola e os operadores dos serviços educativos 0-6 anos devem trabalhar na verdade cada vez mais diferenciadas e complexas, encontrando-se diante de um verdadeiro desafio que não é apenas aquele de aceitar e colher as diferenças presentes no seio dos Serviços Educativos, mas aquele de criar, na diversidade, um ambiente de aprendizagem para todos (cfr. Eleta, em colaboração com Iaccarino, 2017).

Hoje os serviços Educativos são chamados à causa para acolher a diversidade intrínseca de cada indivíduo e, portanto, os seus operadores deveriam ser preparados para compreender eficazmente a realidade das nossas salas de aulas: crianças com diversas condições de saúde psico-física, de diversas proveniências e origens étnicas, com diferentes hábitos alimentares... consideramos ainda mais as línguas... hoje os Serviços Educativos contam com uma presença significativa de crianças cuja língua materna é diferente do português e daí elas adquirem o português como L2.

Os Serviços Educativos para a primeira infância (0-6 anos) são também solicitados para acompanhar as famílias nesta nova aventura “parental”. Mas o que entendemos hoje em dia por “família”, quando ela encarna vários “modelos” e assume um carácter bastante complexo?

Os operadores dos Serviços 0-6 anos (e não só) devem intervir diariamente com famílias muito diversas entre elas, logo, com diversas exigências e necessidades. Encontramos, efectivamente, famílias nucleares, alargadas, recompostas, casais homossexuais, famílias monoparentais, com crianças adoptadas, com crianças sob custódia, com progenitores divorciados, mães adolescentes e acima dos quarenta anos.


Para poder oferecer espaços educativos abertos e inclusivos, é preciso estar em condições de responder a tal complexidade activando percursos específicos mas também adequadas modalidades operativas e relacionais que saibam acolher, compreender, fazer dialogar, valorizar e suportar as diversidades presentes no próprio seio (Cfr. Eleta, em colaboração com Iaccarino, 2017).

Por isso é necessário desenvolver novas competências lúdico-educativas e comunicativo-relacionais para compreender e reconhecer nas crianças e nas suas famílias uma pluralidade de saberes, para co-construir um património comum que se enriqueça, entre as outras coisas, dos vividos, das experiências e das competências dos vários actores em jogo.

Sem uma mente “aberta” (recuando à frase inicial) não seriamos capazes de criar, na diversidade, um Serviço significativo para todos os utentes.

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