Loe raamatut: «O Guarda Florestal»
O guarda florestal
Jack Benton
Contents
O guarda florestal
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45
Capitulo 46
Capitulo 47
Capitulo 48
Capitulo 49
Capitulo 50
Capitulo 51
Capitulo 52
Capitulo 53
Capitulo 54
Capitulo 55
Capitulo 56
Capitulo 57
Capitulo 58
Capitulo 59
Capitulo 60
Capitulo 61
Capitulo 62
epílogo
Sobre o Autor
“O guarda florestal” Copyright © Jack Benton / Chris Ward 2019
Traduzido por Leonardo Oliveira Pestana De Aguiar
O direito de Jack Benton / Chris Ward de ser identificado como o Autor deste Trabalho foi afirmado por ele de acordo com o Copyright, Designs and Patents Act 1988.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada em um sistema de recuperação ou transmitida, em qualquer forma ou por qualquer meio, sem a permissão prévia por escrito do Autor.
Esta história é uma obra de ficção e é um produto da imaginação do autor. Todas as semelhanças com locais reais ou com pessoas vivas ou mortas são mera coincidência.
O guarda florestal
1
O chute doeu.
Se não fosse pela quantidade de álcool que ele havia ingerido, teria doído muito mais, Slim pensou enquanto se dobrava, tensionando o que sobrou dos músculos abdominais estagnados de sua época de exército, quando o próximo chute veio.
"Fique longe. Eu já te disse. Não vou falar de novo."
Dedos se fecharam sobre a nuca do colarinho de Slim. Um punho cerrado se ergueu, sua silhueta iluminada por um poste de luz. Slim se preparou para o impacto, mas quando o soco veio não doeu tanto quanto ele esperava. Ele caiu na calçada enquanto seu agressor praguejava, sacudindo a mão.
Esse é o problema de atingir alguém no rosto. Eles são geralmente mais duros do que os ossos de um punho inexperiente.
O homem saiu cambaleando pelo beco. Slim sentou-se, apenas para ser atingido na lateral por uma tampa de lixeira de metal, seguido por um saco de lixo que despejou restos de comida fedorenta sobre ele, casca de cenoura e pele de frango grudaram em suas roupas e rosto.
"Se você quer comer nosso lixo, fique à vontade. Mas se eu pegar você fazendo isso de novo, você vai parar num desses sacos. Entendeu?"
Slim, cego por um saco de papel com restos de cozinha não identificados, acenou com a cabeça para onde esperava ser a direção certa. Um desejo irresistível de dizer algo sarcástico para irritar ainda mais o homem queimou como uma coceira inalcançável, mas ele resistiu. Alguns segundos depois, não se ouvia mais passos. Slim se levantou e voltou cambaleando para o canal.
O Riverway Queen, o barco-casa abandonado que ele agora chamava de lar, apareceu à frente. Slim retirou a chave do cadeado que havia comprado com seu último trocado e destrancou a porta, movendo a placa de PERIGO: NÃO ENTRE para o lado, e então colocando-a de volta ao fechar a porta.
Na penumbra, ele fechou o cadeado pelo lado de dentro e acendeu a pequena lâmpada de parafina pendurada em um gancho no teto.
Ele levara um tempo para se acostumar com o ângulo de inclinação para baixo e para a esquerda da barcaça. Na extremidade inferior, uma poça de água espirrava ao redor dos pés de uma mesa e cadeiras, subindo e descendo com a mudança de profundidade do canal, mas a maior parte do interior do barco estava intacta. Nada funcionava, mas um sofá-cama dobrável apoiado em alguns livros de capa dura encharcados era confortável o suficiente, e havia muitos armários para estocar bebida.
Ele tirou as roupas e as jogou no lavatório. Amanhã seria dia de lavagem, especialmente agora que ele tinha sangue na camisa. Havia previsão de chuva para a manhã, o que significava que amanhã à tarde o canal fluiria bem e fresco. Embora estivesse acostumado a cheirar a mofo úmido e plantas mortas—ele lavava suas roupas e a si mesmo no canal, e o sabão era um luxo desnecessário—sempre era bom estar realmente limpo.
Sua aparência não estava muito boa no pequeno espelho acima da pia. A lamparina de parafina deixava metade de seu rosto na sombra, mas um olho estava muito inchado. Sua barba estava salpicada de sangue e já passava muito da hora de cortá-la ou removê-la. Ele chamava muita atenção, e isso nunca era uma coisa boa.
Ele se lembrou de uma vez que um velho amigo lhe disse que os sem-teto eram invisíveis, vagando sob os olhos do mundo. Slim descobriu que não era esse o caso. Nos seis meses desde seu despejo, ele foi agredido três vezes, incluindo esta noite. Uma vez foi atacado preguiçosamente por um grupo de garotos que voltava de uma boate sem nada melhor para fazer, e outra vez com mais ferocidade por um grupo de outros sem-teto pelo pecado de dormir na área de alguém. Pés, punhos e até mesmo um pedaço de madeira usado por uma sombra barbada não doeram tanto quanto Slim imaginou que doeriam. Corpos se recuperam, ele descobriu. O coração e suas delicadezas eram muito menos resistentes.
De uma geladeira que não funcionava, ele pegou uma cerveja que não estava fria e abriu a tampa. Tinha um gosto ruim—fora da validade porque era mais barato—mas aliviava um pouco da dor.
Talvez amanhã ele parasse de beber novamente. Ele havia parado recentemente—menos de duas semanas atrás, ele havia parado por três dias. Tinha corrido tão bem que ele lavou o terno e foi ao centro de empregos procurar trabalho.
Então algo aconteceu. Ele tinha visto alguém que se parecia com outra pessoa, ou ouvido uma voz que parecia uma daquelas que o assombravam, e se viu em um bar, bebendo o que restava de seu dinheiro do seguro-desemprego.
Ele abriu a geladeira novamente, olhando para a linha escura de latas. O fato dele não ter bebido todas elas, de ele poder manter um estoque, era certamente um sinal de controle.
Não era de todo ruim. Ainda havia esperança.
Ele se sentou no banco inclinado do sofá, sentindo o rangido desconfortável do barco embaixo dele. Ele já esteve pior do que isso. Ele tinha que permanecer positivo e sonhar, se não esperar, por algo melhor.
Ele tomou um gole da cerveja.
Um zumbido perto de seu rosto o acordou. Slim estendeu a mão para espantar o que a princípio pensou ser uma mosca, mas encontrou seu velho telefone Nokia sob os dedos dormentes de frio.
Apesar de seu torpor, divertiu-se ao descobrir que o telefone estava carregado em uma casa flutuante sem energia. Então ele se lembrou de uma hora que passara sentado no banheiro do MacDonald's com o telefone conectado a uma tomada na esperança de receber uma ligação sobre um emprego de construção.
A ligação não chegou, e isso tinha sido, o que, dois, três dias atrás? Slim forçou um sorriso enquanto lutava para apertar o botão de atender. Ainda bem que ele não recebia muitas ligações.
"Olá?"
"Slim? É você? Você soa péssimo."
"O que há de novo? Como você está, Kay?"
O velho amigo do exército de Slim, que agora trabalhava como tradutor forense, riu.
"Estou bem, Slim. O mesmo de sempre. Como você está realmente, Slim?"
"Não tive a melhor semana, mas é domingo, não é? Tudo começa de novo amanhã."
"Slim, hoje é segunda-feira."
"Bem, como eu disse, não estou tendo a melhor das semanas."
Kay riu da suposta piada. Slim apenas sorriu para o telefone, enquanto desejava que sua dor de cabeça passasse.
"Eu estava me perguntando se você teria um tempo na sua agenda," disse Kay.
Slim sorriu com a ironia. "Provavelmente eu consigo encaixar alguma coisa," disse ele.
"Recebi um telefonema de um conhecido que conheci em minha última viagem," disse Kay. "Ele quer que alguém seja investigado por tentativa de chantagem."
"Ele poderia chamar a polícia," disse Slim. "Não é exatamente minha área de especialização."
"Ele não quer que a polícia seja envolvida," disse Kay. "Eu sei do que você é capaz, Slim. Tenho certeza que você pode ajudar."
"O que torna este caso o tipo de confusão que me interessaria?"
"O homem a ser investigado está morto há seis anos. Meu contato quer saber como isso é possível."
Slim suspirou. "É fácil. Morte forjada, troca de identidade. Acontece o tempo todo. Como seu contato pode ter certeza de que o homem está morto?"
Houve uma longa pausa e Slim começou a pensar que Kay havia desligado. Então houve uma respiração silenciosa e Slim entendeu.
"Me diga, Kay. Acredite, não há muita coisa que eu não possa suportar. Como seu contato sabe que o homem está morto?"
"Porque ele afirma que ele mesmo matou o homem."
2
O homem que se chamava Ollie Ozgood não parecia um assassino. Com um rosto liso escondido atrás de uma fina barba loira, ele se parecia para Slim mais como um pescador do Leste Europeu ou o tipo de trabalhador da construção civil que operava máquinas pesadas em uma pedreira. Ele parecia tecnicamente instruído, mas não terrivelmente inteligente o suficiente para sair impune de um assassinato. No entanto, Slim sabia bem como as aparências podiam enganar.
Olhos frios observavam cada movimento enquanto Slim abria três sachês de açúcar de cada vez e os mexia no café tão espesso que grudava na colher.
"Você é alcoólatra?" Ozgood disse.
"Em recuperação," respondeu Slim. "Nove horas limpo. Você tem que começar de algum lugar, não é? Não é a primeira vez. Já estou acostumado com isso."
Ozgood acenou com a cabeça em direção à xícara. "Você está trocando um vício por outro?"
Slim deu de ombros. "A menos que tenha gosto de café fabricado há uma semana e deixado ao sol para secar, não é uma experiência memorável." Ele levantou a xícara, tomou um gole e franziu a testa. "Medonho. Exatamente como eu gosto."
"Quando nosso amigo em comum sugeriu você, eu estava esperando alguém mais tradicional."
"Eu posso usar gabardina e um chapéu, se necessário," disse Slim. "Se quiser que eu fume charutos eu vou cobrá-los como despesa. Agora, eu preciso saber por que você acha que este homem voltou dos mortos."
"Não posso começar do início, porque não tenho certeza de onde é o início," disse Ozgood. "Para garantir, vou escolher algum lugar no meio e trabalhar a partir daí."
Slim assentiu. "O que você precisar fazer."
Ozgood virou-se na cadeira, indicando as terras agrícolas além do terraço onde estavam sentados e as casas espalhadas que se projetavam da colcha de retalhos de campos verdes como se tivessem crescido ali a partir de sementes.
"Eu sou o mais recente de uma linha de proprietários de terras. Quase tudo o que você vê pertence a mim. E o resto, não vale a pena possuir."
Slim apontou para uma torre cinza se projetando de um grupo de árvores logo abaixo da encosta da colina além do vale florestal a oeste.
"Até aquela igreja?"
Ozgood sorriu. "Firmemente na segunda categoria. A atual congregação de domingo de manhã é de menos de vinte pessoas, pelo que dizem. Não há dinheiro para ganhar lá, mas mantém os moradores felizes. O terreno extendido da igreja, no entanto, é um terreno alugado. Meu avô era um homem de negócios, e comprou tudo o que podia pagar, certo que um dia seu valor seria revelado. Ele nunca viu os benefícios, mas meu pai manteve a propriedade, e desde sua morte eu a mantive funcionando em seu nome. Um homem mais inteligente poderia ter vendido grande parte disso, mas continuo confiante de que os climas econômicos atuais melhorarão antes de todos nós estarmos arruinados."
Slim olhou para os três andares da mansão acima dele e se perguntou se Ozgood tinha algum conceito real do significado de pobreza. "Kay disse que te conheceu no exército," disse ele.
Ozgood acenou com a cabeça. "Eu estava fazendo aquela coisa impulsiva de tentar provar meu valor. Depois de duas campanhas, eu vim a aceitar que a riqueza herdada de minha família me definiria, eu querendo ou não. Além disso, eu não gostava de levar tiros. Como é o ditado, que as guerras são travadas pelos pobres para beneficiar os ricos? Sem ser esnobe, eu me encaixo na segunda categoria."
Slim sorriu. "E eu na primeira."
Os olhos de Ozgood nunca se desviavam do rosto de Slim. "Então nós dois somos vítimas das circunstâncias. Como irmãos... de luta."
"Poderíamos ter sido se eu tivesse feito melhor. Eu falhei até nisso."
O sorriso de Ozgood era mais frio do que um vento frio vindo do mar. "Eu prefiro tanto trabalhar com homens vulneráveis. Eles são muito mais fáceis de confiar."
"Evidente," disse Slim.
Ele olhou para trás novamente para a casa de campo se estendendo atrás dele em todo o seu esplendor. Ozgood Hall era o ponto focal para os dois vales descendo em ambos os lados. Situado entre vinte acres de jardins paisagísticos, era o tipo de lugar que a maioria das pessoas só visitava em passeios do National Trust. Slim sentiu que tinha feito uma declaração ao trazer seu próprio café.
"Além disso," Ozgood acrescentou, depois de uma longa pausa, "Eu nunca gostei da ideia de matar alguém."
Slim deliberou sobre como formular sua próxima pergunta, mas não adiantava tentar contorná-la. Ele sabia sobre o assassinato, e Ozgood sabia que ele sabia.
"No entanto, você descobriu qual é a sensação. O homem que tenta chantageá-lo está supostamente morto por suas próprias mãos. Você pode me falar sobre isso?"
Ozgood inclinou-se para trás em sua cadeira e esfregou o queixo de forma pensativa. "Eu me perguntava quando você perguntaria, Sr. Hardy."
"Eu prefiro resolver a pior parte primeiro," disse Slim. "Depois você pode prosseguir. Trabalhar para um assassino é uma novidade para mim, mas um desafio que não estou em posição de recusar."
Ozgood estremeceu com a menção da palavra "assassino". Agora ele franziu a testa, fechou os olhos com força e esfregou as têmporas como se estivesse massageando uma súbita dor de cabeça.
Sem erguer os olhos nem abri-los, ele disse: "Sei tudo sobre a sua condenação."
Slim levantou uma sobrancelha. "Perdão?"
Ozgood ergueu os olhos, fixando o olhar em Slim até que este se perguntou se deveria desviar o olhar. No final, foi Ozgood quem desviou o olhar primeiro, mas de uma forma cansada e indiferente que deixou Slim sem nenhuma sensação de domínio, apenas de que um laço fora removido de seu pescoço por algum tempo.
"Eu sei que você foi dispensado do exército por atacar um homem com uma lâmina de barbear," disse Ozgood. "Ele supostamente estava tendo um caso com sua esposa. Está correto?"
"É o que eu achava."
"E você tentou matá-lo."
Slim assentiu. "Eu falhei. Para sorte de nós dois."
"Portanto, antes de dizer o que estou prestes a lhe contar, quero que saiba que não tem moral alguma sobre mim. Só para deixar isso bem claro. É um dos motivos pelo qual achei que você seria perfeito para este caso."
"Isso está claro."
"Ótimo." Ozgood se mexeu na cadeira. Ele tomou um gole de seu café e sorriu. "Um homem chamado Dennis Sharp vivia e trabalhava na minha terra. Especificamente, ele trabalhava na silvicultura. Eu acho que seu cargo era guarda florestal, mas ele era mais um quebra-galho. Ele morava na minha terra e fazia tudo o que eu pedia. Eu achava que ele era um bom homem e confiava nele. Então, uma noite, há pouco mais de seis anos, ele atacou minha filha de dezesseis anos."
Slim apenas assentiu com a cabeça. Ele ergueu sua xícara e tomou um gole.
"Isso deveria ter sido resolvido pela polícia," disse Ozgood. "Pelo menos inicialmente. Afinal, sou um homem que cumpre a lei. Infelizmente, a demora entre o evento e a investigação pesou a favor de Dennis Sharp."
"O que aconteceu?" perguntou Slim.
"O caso foi arquivado e Sharp pensou que era um homem livre." Ozgood suspirou, recostou-se na cadeira e olhou para longe. "Ele não era. Ele nunca poderia ser, poderia? Não depois do que ele fez."
"Então você resolveu fazer justiça com as próprias mãos?"
Ozgood levou um dedo aos lábios e fez um beiço, parecendo beijá-lo. Ele esfregou a base do queixo com o polegar. "Se alguém me deve uma, faço a pessoa pagar," disse ele. "Dennis Sharp pagou com a vida."
"Como?"
"O carro dele foi sabotado, alguns ajustes feitos. A embreagem dele falhou ao fazer uma curva na estrada íngreme que desce para aquele vale que você vê ali." Ozgood não apontou, mas sua cabeça virou ligeiramente, indicando uma fenda na floresta além das terras agrícolas a noroeste. "O carro saiu da estrada e bateu em uma pedra, matando-o instantaneamente, de acordo com o relatório do legista."
"E você tem certeza que ele morreu?"
"Foi feita uma ligação anônima para a polícia, mas não é anônima para a pessoa que a fez," disse Ozgood, de maneira bastante enigmática, como se participasse ativamente de qualquer jogo que o chantagista decidisse iniciar. "Fui contatado pela polícia e, mais tarde, vi seu corpo. Senti o pulso em seu pescoço, só para ter certeza. No entanto, agora, seis anos depois, comecei a receber mensagens de um homem que afirma ser Dennis Sharp, exigindo dinheiro, ameaçando me expor, não apenas minha parte em sua suposta morte, mas em outros supostos crimes."
Ozgood se levantou, caminhou até a beira do terraço, depois se virou e caminhou de volta. Slim o observou, tentando entender aquele homem. Estava claro que Ozgood não era um homem a ser contrariado, alguém cuja amabilidade externa escondia um interior de aço.
"Deixe-me ser claro," disse Ozgood, virando-se e retornando ao seu assento. Ele apoiou uma perna sobre a outra, então mudou de ideia e endireitou o corpo, inclinando-se para a frente. "Eu não temo este homem manchando meu nome. Não há nada que ele possa ter contra mim que não possa ser encoberto ou eliminado. O que me enoja é a ousadia dessa pessoa, e é por isso que preciso que você descubra sua identidade." Ozgood se inclinou para frente, seus olhos frios deixavam Slim desconfortável. "Eu considero isso um desrespeito pessoal contra minha família. Nas circunstâncias certas, eu poderia perdoar tal coisa contra mim... mas não contra minha filha."
Slim deu um gole no café, usando-o como desculpa para desviar o olhar de Ozgood. "Provavelmente é um caso de identidade roubada. Alguém próximo a Sharp querendo arrancar alguma coisa de você."
"Não há ninguém próximo a Sharp que não esteja morto ou praticamente morto."
Slim não tinha certeza de como responder a essa afirmação, então ele acenou com a cabeça em uma demonstração de concordância, deixando seu olhar vagar lentamente sobre o panorama do campo enquanto esperava que Ozgood continuasse.
"Este chantagista sabe coisas que só Sharp poderia saber."
"E você quer que eu exponha a fraude ou as circunstâncias com as quais este homem pode estar te ameaçando?"
"É exatamente isso. E quando você descobrir a verdade, eu vou fazê-lo apodrecer na prisão ou matá-lo novamente."