Loe raamatut: «Sete Planetas»
Índice
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Índice
Primeiro Capitulo
Segundo Capítulo
Terceiro Capítulo
Quarto Capítulo
Quinto Capítulo
Sexto Capítulo
Sétimo Capítulo
Oitavo Capítulo
Nono Capítulo
Décimo Capítulo
Décimo primeiro Capítulo
Décimo segundo Capítulo
Décimo terceiro Capítulo
Décimo quarto Capítulo
Décimo quinto Capítulo
Decimo sexto Capítulo
Decimo sétimo Capítulo
Maria Grazia Gullo - Massimo Longo
Sete planetas
O exosqueleto e o objecto de Parius
Traduzido por Aderito Francisco Huo
Copyright © 2017 M.G. Gullo – M. Longo
A imagem da capa e a gráfica foram realizadas e preparadas por Massimo Longo
Todos os direitos reservados.
Índice
Primeiro Capítulo O Mar do Silêncio | |
Segundo Capítulo Por cima das suas cabeças pendia uma espada de rocha | |
Terceiro Capítulo As rugas que se apresentavam eram os olhos e a boca do ser | |
Quarto Capítulo Um jovem oficial de compleição franzina | |
Quinto Capítulo Um sono tão restaurador | |
Sexto Capítulo O abraço como se faz com um filho | |
Sétimo Capítulo Este contínuo distanciamento destrói-me | |
Oitavo Capítulo O atacante fez estalar a Revel | |
Nono Capítulo O gancho na extremidade da sua ala a feriu | |
Décimo Capítulo Um espelho de água cristalina | |
Décimo primeiro Capítulo Tanta beleza no meio de uma feroz batalha | |
Décimo segundo Capítulo Entrou repentinamente dentro da sala sem fazer-se anunciar | |
Décimo terceiro Capítulo Começou a fixá-lo, as suas mãos tremiam | |
Décimo quarto Capítulo Tens a água suficiente para extinguir este fogo? | |
Décimo quinto Capítulo Tudo tremia em volta de Ruegra | |
Décimo sexto Capítulo Apenas um enorme fogo-de-artifício no céu | |
Décimo sétimo Capítulo Entrincheirados silenciosamente nas suas carapaças gritavam de satisfação |
Primeiro Capítulo
O Mar do Silêncio
O general Ruegra fixava o espaço fora da enorme vigia da sua cabina, que fascinante era vendo desta forma todo o sistema planetário de KIC 8462852, com os seus sete planetas em orbita. Nesta conjuntura conseguia ver apenas cinco: Carimea, a sua pátria, com a sua atmosfera já cinzenta, destinada por vocação e posição ao comando; Medusa, azul e fascinante, magnética e perigosa como os seus habitantes; Oria, pequeno e árido como uma Lua, de cor branca claro porque nele reflectia-se a nossa estrela; não distante de Oria, o Sexto Planeta, de cor verde brilhante, o mais socialmente e tecnologicamente avançado dos planetas. Eumenide, com a sua atmosfera rósea, repleta de fascínio como os seus terríveis habitantes.
Tudo isto pouco tempo depois teria sido dos Anic e ele teria sido eleito chefe supremo, devia apenas ter paciência e levar a bom termo o seu plano, com o pergaminho nas suas mãos tudo inclinar-se-ia perante a sua vontade.
O general Ruegra fixava o espaço fora através da enorme vigia (janela circular) da sua cabina e dentro de si crescia a fome do domínio em 7692 ano da fundação da civilização Anic. Ruegra despertou dos seus sonhos de glória bruscamente, a nave tinha colidido com alguma coisa, estavam atravessando os anéis de Bonobo, teria sido melhor dirigir-se à ponte de comando, apesar da aproximação ao planeta fosse uma manobra de rotina, podia guardar umas surpresas. À sua entrada na ponte, foi saudado com respeito pelos seus subalternos. Nem tudo corria conforme o plano do voo, como temia algo tinha danificado a nave.
- Sector oito danificado, General, uma rocha nos atingiu – fez de imediato um relatório o comandante.
- Isolem-no imediatamente e procedam a explosão.
O comandante ordenou para iniciar o procedimento de evacuação no sector:
- Evacuação imediata da área...
- Isolem-no! Não percam mais tempo!
O oficial efectuou imediatamente a ordem, ninguém ousou fazer entender a Ruegra que esta escolha significava sacrificar inutilmente alguns soldados.
As anteparas que separavam o módulo do resto da nave foram abaixadas, somente alguns tiveram a prontidão de lançar-se por baixo da antepara que se encerrava para não ser arrastados à deriva, mas não para salvar-se da imagem dos soldados com a qual, um instante antes, tinham partilhado a existência, que desesperados esmurravam a antepara e desmaiavam no vazio.
A separação efectuou-se e o modulo abandonado à deriva no espaço.
Todas as naves Carimeanas eram de combate, em forma de um enorme trilobite e caracterizada por uma acentuada segmentação, já que predispostas para expelir as secções danificadas para preservar ao máximo as suas prestações durante os embates. À excepção da cabina de comando, composta por uma grande placa com contorno variável de semi-elíptico a poligonal e da parte que fazia as funções de coluna vertebral, todas as secções centrais e a cauda, com a forma de concha de ostra, eram expulsáveis.
Em volta deles, havia uma fileira infinita dos enormes anéis cinzentos do planeta Bonobo, formados por enormes detritos da morte negra de um asteróide que se tinha aproximado em demasia a KIC 8462852.
Bonobo, segundo planeta por distancia a partir do nana (corpo celeste de forma esferoidal em orbita em volta duma estrela), possuía uma grande massa que tinha atraído para si os detritos, poupando o mais pequeno Enas e dando desta forma vida a um dos espectáculos mais surpreendentes de toda a galáxia.
Ao centro dos anéis, eis o planeta, maravilhosamente rico e diferente, reserva imperial Anic de caça, de escravos e de aprovisionamento de matérias-primas. A sua população, de forma antropomorfa, estava ainda nos primórdios da civilização, os Bonobianos tinham a postura erecta, pés preênseis e boa parte do corpo recoberto por pelos.
Grandes como gorilas, mas ingénuos e dóceis como crianças, reproduziam-se rapidamente e eram resistentes às fadigas, características ideais, em suma, para fazê-los de escravos perfeitos.
Bonobo era a única conquista dos Anic permanecido sob seu controlo, graças à vizinhança dos dois planetas que descreviam orbitas semelhantes e simultâneas em volta de KIC 8462852.
Carimea conseguira ocupar outros planetas, mas perdia sistematicamente o controlo por causa de revoluções fomentadas pela Coligação dos Quatro Planetas, facilitadas pela distância entre as orbitas.
A nave aterrou em perfeita hora, na base estavam já prontos os aprovisionamentos, Ruegra desceu a terra para falar com Mastigo, o Governador local. O General não gostava daquele Evic, bastante rude, mas os seus métodos com a população local eram eficazes, pertencia a uma das tribos dominantes em Carimea.
Os Evic eram uns enormes répteis cinzentos verdes capazes de caminhar com as atarracadas e pesadas patas posteriores. Ligeiramente baixos do que os Anic, tinham o corpo, excepto o rosto, recoberto de escamas. O rosto deles, ao meio oval, a altura dos furos das orelhas alargava-se para assumir a forma de meio sino, eram desprovidos os ossos malares e com um nariz mal visível como aquele das serpentes. Agressivos, mas com pouco engenho, eram a única etnia, por número e força, para rivalizar aos Anic o poder. Usavam um colete de seda que os cobria até aos joelhos, fechado na barriga com um par de botões. Para garantir-se do seu auxílio Ruegra tinha escolhido um deles como Governador de Bonobo.
O General foi recebido com grande pompa na sala de vidros do palácio do governo da qual admirava-se uma esplêndida paisagem tropical, era uma maravilhosa noite e o céu resplandecia de reflexos dos anéis.
Ruegra reparava através do vidro que reflectia a sua imagem.
A cor do seu corpo possante, recoberto de escamas, variava adaptando à cor do ambiente circunvizinho, com dificuldade agora podia-se distinguir algumas árvores da paisagem externa. Uma coroa rígida de escamas de ceratina, alta com mais ou menos trinta Kidus, ou centímetros, contornava a sua figura a partir da cabeça. Alongada no corpo, abria-se em leque na ocasião de perigo, tornando-se uma carapaça que os Anic utilizavam para intimidar os adversários. No braço, uma vez aberta, vinha ainda usada como protecção.
Nas vizinhanças do rosto oval, as escamas apequenando-se assumiam uma ligeira uniformidade, debaixo da testa alta, as sobrancelhas e as pestanas de ceratina e azuis faziam sobressair os grandes olhos verdes e os ossos malares salientes de uma cor mais tenra, em contraste com o nariz grande um pouco deformado como aquele de certos pugilistas. A boca estava bem proporcionada com os lábios verdes, grandes e carnudos.
OS Anic dominavam por dimensões todos os povos do sistema solar, desde sempre dominavam a pirâmide predatória.
Ruegra, como todos os Anic, vestia um saiote aberto nos lados por causa das escamas que contornavam o seu corpo, nas costas trazia um manto que distinguia casta e papel recoberto, o seu era de ouro, cor do comando, com os contornos cinzento de fumo e um reclame central da mesma cor que figurava um rapace Atrex.
- A minha saudação vai a o mais invencível dos Carimeanos. És sempre bem-vindo, meu General, como é que foi a viagem? – o saudou Mastigo curvando-se ligeiramente.
- Pois bem, a missão procede segundo as minhas expectativas – mentiu Ruegra – preciso apenas de repousar, os anéis nos fazem sempre dançar um pouco – disse para desembaraçar-se do seu interlocutor.
Mastigo, mandou que lhe servisse uma taça de frutos locais para restaurá-lo da longa viagem interplanetário, era melhor que se metesse cómodo porque devia fazer-lhe relatório sobre um insólito facto acontecido.
- Tenho um estranho caso por te submeter – começou a expor Mastigo – há dois dias Bonobianos, foi interceptada uma pequena nave comercial entrando sem autorização, as sentinelas não fizeram a tempo para mandá-la parar, mergulhou no Mar do Silêncio antes que pudesse parecer potencialmente perigosa.
Investigamos e o seu proprietário declarou de tê-la vendido recentemente a uma Eumenide. Mandei alguns soldados em reconhecimento no ponto presumível da sua aterragem, mas sabes como é, a partir do Mar do Silencio não recebemos comunicações, portanto não nos resta que esperar pacientemente.
Incomodado pela insistência do Governador por um facto de nenhuma relevância, perguntou:
- O que há de estranho? Não percebo...
- O Ponto onde se dirigia... olha... – disse Mastigo indicando um mapa do Mar do Silencio.
- Aquela é a área onde surge a velha cidadela sagrada dos Bonobianos... – sussurrou Ruegra quase dentro de si.
- Por isso dei-me a permissão de referenciar-te um facto em si banal. Enviei uma equipa no lugar. Poderia ser um caso mas melhor não arriscar, aquele lugar está cheio de mistérios. Seria ideal para uma base rebelde vista a ausência de comunicações e levantamentos de radar do qual goza, quase que fosse um buraco negro…
- Poderás ter razão, mantenha-me constantemente actualizado Mastigo, agora é melhor que vá descansar, amanhã partiremos outra vez à alvorada.
Naquela noite Ruegra tinha outra coisa a que pensar, recolhendo-se para o seu aposento pôs-se a sentar sobre o macio sofá e serviu-se um copo de Sidibé, um destilado de frutas de cacto do sítio. O seu olhar perdia-se no vazio e os seus pensamentos perseguiam-se como nuvens antes do furacão.
A viagem da qual regressava, ao contrário de como mal declarado ao seu fiel aliado, tinha sido um enorme fracasso.
Tinha-se dirigido à Lua de Enas, à colónia mineira de Stoneblack, famosa pelos seus mármores, para encontrar um homem que o seu pai respeitava, um velho inimigo da Carimea.
A colónia era governada pela tribo dos Trik, como os Anic povo de Carimea, mas com influências secundárias sobre o comando do planeta.
A sua natureza era servil e traiçoeira, tinham-se demonstrado sempre prontos para trair apenas o vento enchia as velas numa outra direcção.
Naquela Lua, mesmo os amigos podiam conspirar contra ele, portanto disfarcei a visita da inspecção de surpresa e pretensões das gotas de Âmbar Lunar ao irmão ao seu regresso.
Ruegra desfilou diante dos oficiais que, trazendo o cotovelo à altura do ombro e a parte lateral da mão diante da boca, paralela ao terreno, lhe saudavam. Aquele gesto da mão estava a indicar o silêncio perante ao comando e obediência absoluta. Mantinham firme o fôlego na presença dele. A colónia mineira utilizava como mão-de-obra os malfeitores condenados aos trabalhos forçados e os prisioneiros de guerra. Um deles era mantido de olho mais que os outros… e era o seu homem. Além de ser o mais alto em grau, gozava do respeito dos seus companheiros e os representava.
O general, ladeado pelo comandante e seguido por alguns soldados incumbidos ao dever, foi feito acomodar-se na sua sala de relaxamento do comando reservada aos oficiais. O comandante da colónia fez as honras da casa e perguntou se podia servir-lhe alguma coisa.
Ruegra não perdeu tempo, rejeitou a oferta e ordenou:
- Quero verificar as condições dos prisioneiros políticos da guerra contra o Sexto Planeta, deixem-me falar com o mais alto em grau entre eles.
- O General Wof?
- Sim, precisamente ele. Levem-me a ele!
- Sim, senhor.
O comandante deu um sinal a dois guardas e, poucos minutos mais tarde, estes voltaram na sala com um homem enfim não mais na flor da idade, com o físico cansado e esgotado, mas que conservava ainda o olhar cruel e indómito do guerreiro nunca vencido.
- Deixem-nos sós – ordenou Ruegra.
Ficou sozinho com o seu inimigo do engenho mais pungente. Recordou que, durante as batalhas, graças à sua habilidade estratégica e com poucos Sistianos ao seu comando, conseguia subverter os prognósticos que o davam por arruinado.
Hesitou um instante antes de dirigir-lhe a palavra, tinha reflectido sobre diversas estratégias durante a longa viagem, sabia que dificilmente teria perdido de repente o seu adversário. Tinha chegado a hora de escolher uma e começar a escaramuça verbal.
Escolheu de usar a adulação, esperando que a velhice e o cansaço tivessem aberto um caminho à vaidade.
- Saudações Wof, posso dizer que não te sentes mal não obstante não te tenha atribuído um tratamento excelente, mas estabeleci que te trouxessem livros e conhecimento.
- Faz muito tempo que não nos vemos - disse Wof fixando-o com os seus profundos olhos pretos – o que te traz neste lugar esquecido pela luz, onde a escuridão é soberana?
- Venho para falar contigo sobre o meu pai. Quando era criança recordo de tê-lo ouvido fantasiar sobre um pergaminho do qual tu conhecias os segredos. Agora que envelheço repenso nele e me questiono o que há de real naquela história.
Wof procurou de disfarçar a sua surpresa acariciando a sua madeixa encaracolada já branca que contornava o rosto escuro como o ébano.
- A narração do teu pai corresponde a verdade, mas ao que parece não te considerava à altura de conhecer os pormenores, mesmo ele estava a conhecimento dos segredos dos quais falas. Ruegra pareceu espantado, o seu pai tinha muitas vezes esboçado aquele mistério, mas não quisera por ventura aprofundá-lo.
- O que é que há General, questiono-te porque não te falara por acaso?
- Talvés a minha jovem idade e a minha impulsividade tornavam-me um mau interlocutor.
- Diria mais que as características que sempre te distinguiram são a paixão pelo poder e a conquista.
- O poder é indispensável para a ordem e a estabilidade – fez o ponto da situação o General levantando-se impaciente.
- A tua fé está na ordem ao serviço dum único indivíduo e na estabilidade duma única tribo – refutou Wof.
Ruegra começou a caminhar nervoso, ja tinha perdido há tempo a paciência, mas sabia bem que nada valeria torturas ou chantagens com o homem que estava sentado diante dele, o único indício era tentar conquistar a sua confiança.
Tentou a última cartada e disse, mentindo:
- Sabes que tenho um grande respeito do meu pai, quando era criança dizias que lhe assemelhava, via-te como um mestre então…
- O que te leva a pensar que te possa revelar como achar o pergaminho? A pureza de miúdo em ti desvaneceu rapidamente, Ruegra, e a vontade de ter a primazia deixou o passo à cobiça de poder – disse não tirando o olhar dos seus olhos.
- Não sou mais o Anic que recordas durante a guerra, saberia gerir o poder de forma imparcial, o meu pai falhou por não me ter contado tudo – caiu num ataque de ira o General.
- Se vieste ao meu encontro não eras digno da sua confiança. Que pai oculta ao filho o seu saber? Quanta amargura deve ter havido neste seu gesto, quem melhor dele te conhecia e quem sou eu para revelar-te tudo ignorando inconscientemente a sua avaliação a respeito? Como vês não posso que respeitar o seu desejo para honrar a sua memória – proferiu Wof e levantou-se para despedir-se do seu carrasco.
Aquela cena não largava a mente do general que com o copo na mão continuava a fixar o vazio naquela noite quente de Bonobo.
Na manhã seguinte, Ruegra inspeccionou pessoalmente os trabalhos efectuados ara a substituição do módulo destruído pelo asteróide.
Mastigo, tinha seguido os trabalhos perfeitamente e os seus mecânicos como sempre tinham desenvolvido uma excelente obra de reposição. Partiram à hora prevista de volta a casa.
Os dias passaram lentos a bordo e Ruegra tinha uma tamanha pressa de regressar, temendo conspirações, embora o irmão, cujo tinha a quem tinha deixado o comando do planeta na sua ausência, provia assíduas relações perfeitas sobre a situação, que nada deixavam-no a temer. Carimea era um emaranhamento de raças, diferentes tribos rivalizavam aos Anic a supremacia do comando, mas durante enfim do longo domínio de Ruegra, estes tinham eliminado inúmeros opositores. Tinha sido fundada por grupos provenientes de vários sistemas solares, a maior parte deles eram aventureiros a procura da fortuna ou ex detidos à procura de uma pátria onde recomeçar uma nova vida. Apenas uma única parte deles era originário do planeta, estas populações locais tinham sido barbaramente subjugadas e isoladas.
Na via de regresso, sentado na poltrona de comando em coberta, reflectia sobre as palavras de Wof, “o meu pai sabia” continuava e repetir de si para si.
Depois de um instante pensou em como o pai se distanciasse frequentemente nos períodos de caça e naqueles momentos que antecediam a guerra, e como a meta frequentada com maior assiduidade fosse propriamente a terra dos Bonobianos e em particular o Mar do Silencio.
No momento em que estes pensamentos atravessavam a sua mente, foi atingido por uma fulminação “o que me levou a não pensar nisso antes?” Lá devia encontrar algo ou alguém que poderia fornecer-lhe informações sobre o pergaminho. Ligou esta intuição à relação de Mastigo na pequena nave mercantil, talvés alguém o tinha antecipado.
Ordenou uma brusca mudança da rota. Regressava-se de novo a Bonobo.
Mastigo, espantado pelo regresso, acorreu por baixo da nave para antecipar o seu comandante em chefe.
- A minha saudação vai ao mais invencível dos Carimeanos. General, por que este regresso repentino?
- Reflecti sobre a aterragem da naveta mercantil, isto induziu-me para regressar e me ocupar pessoalmente da situação.
- Uma outra vez não estás a cair no erro, visto que os meus informadores não regressavam resolvi dirigir-me ao local. Descobri que tinham sido eliminados pelos estrangeiros.
Ruegra esperou durante um instante, conhecendo os modos do seu Governador, que não tivesse deitado abaixo todas as possibilidades de receber informações.
- Não ficou mais nada ali – referiu de imediato Mastigo, satisfeito como uma criança sádica que tortura as suas presas.
Ruegra conteve-se ao querer saltar em cima do seu interlocutor e questionou que desfecho tivesse tido a tripulação da naveta.
Mastigo, retomou fôlego, sabendo que não estava a dar uma boa notícia.
- Não conseguimos encontrá-los, devem ter fugido.
- Não só desfez todas as provas, deixou fugir o comando! Foste um incompetente! Leva-me ao local!
Depois, pensando que não fosse o caso de dar a saber a Mastigo o que estivesse à procura, se corresse:
- Prepara uma equipa, partirei sem ti.