Manual de biometria para avaliaçao do desempenho humano

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Manual de biometria para avaliaçao do desempenho humano
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MANUAL DE BIOMETRIA PARA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO HUMANO

Dr. Fernando Augusto M. S. Pompeu

Professor Titular em Fisiologia do Exercício - UFRJ

© Dr. Fernando Augusto M. S. Pompeu

© Manual de biometria para avaliação do desempenho humano

ISBN formato ePub: 978-84-685-4484-7

Editado por Bubok Publishing S.L.

equipo@bubok.com

Tel: 912904490

C/Vizcaya, 6

28045 Madrid

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Dirija-se a CEDRO (Centro Espanhol de Direitos Reprográficos) se precisar de fotocopiar ou digitalizar algum fragmento desta obra (www.conlicencia.com; 91 702 19 70 / 93 272 04 47).

Dedicado a memória do mestre e amigo Dr. José Rizzo Pinto.

INDEX

Agradecimentos

PREFÁCIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1. Conceitos e definições empregadas na Cineantropometria

1.1.1. Cineantropometria

1.1.2. Medida

1.1.3. Teste

1.1.4. Análise

1.1.5. Avaliação

1.2. Cuidados administrativos para a condução de testes

1.2.1. Avaliação diagnóstica

1.2.2. Avaliação formativa

1.2.3. Avaliação somativa

1.2.4. Fases de aplicação de um teste

1.2.4.1. Fase preparatória ou pré-teste

1.2.4.2. Fase de aplicação ou intra-teste

1.2.4.3. Fase de análise ou pós-teste

1.3. Critérios seletivos para o emprego de um teste

1.3.1. Validade

1.3.2. Confiabilidade ou fidedignidade

1.3.3. Objetividade

1.3.4. Padronização

1.3.5. Viabilidade

1.3.6. Discriminação

1.3.7. Ortogonalidade

1.3.8. Historicidade

1.3.9. Pessoal qualificado

CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO À ANTROPOMETRIA

2.1. As principais referências anatômicas

2.1.1. Plano de Frankfurt

2.1.2. Pontos de reparo anatômicos

2.1.2.1. Vértex

2.1.2.2. Supra-esternal

2.1.2.3. Meso-esternal

2.1.2.4. Xifoidal

2.1.2.5. Acromial

2.1.2.6. Meso-umeral

2.1.2.7. Radial

2.1.2.8. Stylon

2.1.2.9. Dactylon

2.1.2.10. Ileo-cristal

2.1.2.11. Trocantério

2.1.2.12. Meso-femural

2.1.2.13. Tibial

2.1.2.14. Sphyron

2.3. Divisões das medidas antropométricas

2.3.1. Medidas lineares

2.3.1.1. Medidas lineares verticais

2.3.1.1.1. Estatura

2.3.1.1.2. Altura total

2.3.1.1.3. Altura sentada

2.3.1.2. Medidas lineares perpendiculares

2.3.1.2.1. Envergadura

2.3.1.2.2. Diâmetro bi-acromial

2.3.1.2.3. Diâmetro bi-cristal

2.3.1.2.4. Diâmetro bi-epicondiliano de úmero

2.3.1.2.5. Diâmetro bi-estilóide

2.3.1.2.6. Diâmetro bi-epicondiliano de fêmur

2.3.1.2.7. Diâmetro bi-maleolar

2.3.2. Perímetros

2.3.2.1. Técnicas de medidas de perímetros

2.3.2.1.1. Perímetros torácicos

2.3.2.1.2. Perímetro abdominal

2.3.1.2.3. Perímetro de quadril

2.3.1.2.4. Perímetros de braço

2.3.1.2.5. Perímetro de antebraço

2.3.1.2.6. Perímetro de punho

2.3.1.2.7. Perímetro de coxa

2.3.1.2.8. Perímetro de perna

2.3.3. Medidas de massa

2.3.3.1. Técnica de medida da massa corporal

2.3.3.2. Relação entre peso e estatura

2.3.3.4. Índice da relação cintura-quadril (ICQ)

2.3.3.5. Divisão da massa corporal em dois compartimentos

2.3.3.3.1. Peso recomendável

2.3.3.4. Divisão da massa corporal em quatro compartimentos

2.3.3.4.1. Peso residual (estimativa de Würch) a partir do peso total

2.3.3.4.2. Peso ósseo (Von Doblen)

2.3.3.5. Técnicas de inferência da composição corporal

2.3.3.5.1. Pesagem hidrostática

2.3.3.5.2. Câmara de plestimógrafia (BOD POD)

2.3.3.5.3. Análise da impedância bio-eléctrica

2.3.3.5.4. Interactância próxima ao infravermelho

2.3.3.5.5. DEXA (Dual-energy X-ray absorption)

2.3.3.5.6. Técnicas antropométricas por perímetros

2.3.3.5.7. Técnicas antropométricas por dobras cutâneas

2.3.3.5.7.1. Principais dobras cutâneas

2.3.3.5.7.2. Inferência da massa corporal magra pela técnica de Behnke & Wilmore

2.3.3.5.7.3. Inferência do percentual de gordura pela técnica de Yuhasz

2.3.3.5.7.4. Inferência da densidade corporal pela técnica de Pollock

2.3.3.5.7.5. Inferência da densidade corporal pela técnica de Guedes para brasileiros

2.3.3.5.7.6. Inferência do percentual de gordura pela técnica de Falkner

2.3.3.5.7.7. Técnica de Siri para conversão da densidade corporal em porcentagem de gordura

2.3.3.5.8. Técnica de inferência da área tecidual do braço

2.4. Estudo da proporção

2.5. Somatotipo

2.5.1. Biotipo

2.5.2. Biotipologia

2.5.3. Endomorfo dominante

2.5.4. Mesomorfo dominante

2.5.5. Ectomorfo dominante

2.5.6. Determinação antropométrica do somatotipo

2.5.6.1. Primeiro componente (endormofia)

2.5.6.2. Segundo componente (mesomorfia)

2.5.6.3. Terceiro componente (ecotomorfia)

2.5.6.4. Classificação do somatotipo

CAPÍTULO 3 - AVALIAÇÃO DA POSTURA

3.1. Testes de postura estática ântero-posterior

3.2. Teste de projeção

3.2.1. Procedimentos para os testes de projeção

3.2.2. Procedimentos para testes específicos

3.2.3. Observação do andar

3.3. Avaliação postural requintada

3.3.1. O pé

3.3.2. O joelho

3.3.3. A pelve

3.3.4. A coluna

CAPÍTULO 4 - MATURAÇÃO E CRESCIMENTO

4.1. Maturação e crescimento somático

4.1.1. Crescimento ósseo e morfológico

4.1.2. Idade sexual

4.2. Composição corporal

4.3. Somatotipo

4.4. Adaptabilidade dos sistemas músculo-esquelético, cardiovascular e respiratório ao treinamento

4.4.1. Força e resistência muscular

4.4.2. Coordenação motora e equilíbrio

4.4.3. Flexibilidade

4.4.4. Aptidão cardiovascular e respiratória

4.5. Atividade espontânea e condicionamento físico

4.6. Identificação de potencial para o desempenho desportivo

CAPITULO 5 - TESTES ERGOMÉTRICOS

5.1. Classificação do teste ergométrico

5.1.1. Classificação do teste ergométrico quanto à forma de aplicação da sobrecarga

5.1.1.1. Teste de esforço máximo

5.1.2. Testes de esforço submáximos

5.2. Ergoespirometria

5.3. Fatores que influenciam o desempenho em provas ergométricas

5.3.1. Condições ambientais

5.3.2. Sexo e idade

5.3.3. Considerações metodológicas

5.4. Principais testes ergométricos em ciclo-ergômetro

5.4.1. Protocolo de Åstrand

5.4.1.1. Protocolo de Åstrand com a carga máxima e coleta dos gases

5.4.2. Protocolo de Wasserman

5.4.3. Protocolo de Jones

5.4.4. Protocolo de Fox

5.5. Principais testes ergométricos em esteira rolante

5.5.1. Protocolo de Bruce

5.5.2. Protocolo de Balke

5.5.3. Protocolo de Åstrand

5.6. Principais testes ergométricos de campo

5.6.1. Teste de 12 minutos de Cooper

5.6.2. Teste de Balke

5.6.3. Teste de caminhada de Cummig

5.6.4. Teste de caminhada de McArdle & Katch

5.6.4. Teste de Margaria

5.6.5. Teste de Weltman

5.7. Principais testes ergométricos de banco

5.7.1. Teste de Katch

5.7.2. Teste de Åstrand

5.8. Cálculo da eficiência mecânica

5.8.1. Fatores internos que afetam a eficiência mecânica

5.8.2. Fatores externos que afetam a eficiência mecânica

5.9. Limiar anaeróbio

5.9.1. Considerações metodológicas

5.9.2. Métodos indiretos para a inferência dos “limiares anaeróbios”

5.9.3. Outras variáveis metodológicas envolvidas na determinação AT

5.10. Principais testes de potência anaeróbia

5.10.1. Ergo-Jump de 15 segundos

5.10.2. Teste da corrida lançada de 50 metros

5.10.3. Teste de potência anaeróbia de Wingate

5.10.4. Teste de Guillet

CAPÍTULO 6 - TESTES DE APTIDÃO FÍSICA

6.1. Questionários para estratificação do risco cardiovascular

6.1.1. Activity readiness questionnaire (PAR-Q)

6.1.2. Questionário da Michigan Heart Association

6.1.2. Questionário da A merican Heart Association

6.2. de Baecke para estratificação do nível de atividade física

6.3. Padronização de testes motores

6.2.1. Teste: Impulsão vertical (Sargent jump)

6.3.2. Teste: Impulsão longitudinal

6.3.3. Teste: Barras (pull-ups)

6.3.4. Teste: Barra estática

 

6.3.5. Teste: Preensão manual (hand grip)

6.3.6. Teste: Shuttle run

6.3.7 Teste: Arremesso de medicine-ball

6.3.8 Teste: Arremesso de medicine-ball com auxilio do tronco

6.3.9. Teste: Apoio de frente sobre o solo (flexões de braços ou push-ups)

6.3.10. Teste: Flexão abdominal (sit-ups)

6.3.11. Teste: Abdução de quadril

6.3.12. Teste: Elevação lateral da coluna

6.3.13. Teste: Alpinismo (Rope climb)

6.3.14. Teste: Teste das tapinhas (Palm tapping)

6.3.15. Teste: Teste da régua

6.3.16. Teste: Dribbling

6.3.17. Teste: Skipping

6.3.18. Teste: Toques nos calcanhares

6.3.19. Teste: Teste dos oitos

6.3.20. Teste: Deslocamento lateral (três faixas)

6.3.21. Teste: Sinuosa

6.3.22. Teste: Suicídio

6.3.23. Teste: Flexão da coluna

6.3.24. Teste: Extensão da coluna

6.3.25. Teste: Trave de equilíbrio

6.3.26. Teste: Do quatro

6.4. Testes para classificação da aptidão física (TAF)

6.4.1. Sentar e alcançar

6.4.2. Flexões de braços em trinta segundos

6.4.3. Abdominais em um minuto e meio

6.4.4. Exemplo da aplicação do TAF

BIBLIOGRAFIA

Agradecimentos

•Agradeço à minha amada esposa Claudia. A Deusa que possui os melhores atributos de Palas Athena e de Afrodite, com quem tenho a graça de dividir a minha vida e sonhos.

•Ao meu filho Gilberto pela integridade e paixão que me faz lembrar diariamente da importância de meus compromissos com as novas gerações.

•As belas filhas Carolina e Sunny, pelo amor e confiança que me dedicam a cada dia, motivando-me a seguir sempre em frente.

•Aos queridos netos João, Pedro, Miguel e Kaio pela esperança em um mundo melhor.

•Aos meus pais Gilberto e Anamaria pelo amor e pela educação baseada nos mais nobres valores humanos.

•Aos mestres Paulo Sérgio Chagas Gomes, Maurício Leal Rocha, Atila Flegner, José Rizzo e Ney Guimarães com profunda gratidão pela generosidade desses em participar da minha formação acadêmica.

•Aos colegas Pedro Ribeiro, Marcelo Neves, Waldyr Ramos, Rosemary Casanova, Manoel Coutinho e Andrea Deslandes pela amizade, confiança e incentivos. Foi uma honra e um momento de engrandecimento pessoal trabalhar com esses nobre colegas.

PREFÁCIO

Este manual foi elaborado para facilitar a administração dos testes de campo e de laboratório. No primeiro capítulo tratou-se dos conceitos que são adotados na área da Cineantropometria. No segundo capítulo foram apresentadas técnicas para medidas antropométricas, com ênfase no estudo da composição corporal, da proporção e do somatotipo. No terceiro capítulo tratou-se da postura, onde foram apresentadas técnicas para avaliação individual ou em grupo. No quarto, foram descritos procedimentos para o estudo do crescimento e da maturação biológica, com o objetivo de adequação dos programas de iniciação desportiva e de triagem de talentos para o desempenho de alto rendimento. No quinto capítulo, foram apresentados protocolos de testes ergométricos, detalhando-se os procedimentos para medida direta das trocas gasosas, inferência da potência aeróbia máxima, determinação do limiar anaeróbio, eficiência mecânica e da capacidade e potência anaeróbia. No último capítulo, sugeriu-se uma bateria de testes para avaliação da aptidão motora. Tal bateria foi elaborada e aprimorada de forma cuidadosa através da aplicação dessa em mais de 5.000 indivíduos. Consta, também, deste manual uma lista de bibliografias para facilitar o estudo da área aqui abordada.

O autor deste texto apresenta experiência na avaliação indivíduos treinados e sedentários. É especialista em Fisiologia do Exercício, ocupa hoje o cargo de Professor Titular (Catedrático) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, também, o coordenador do Laboratório de Biometria (LADEBIO/UFRJ). O autor iniciou-se na área das Biciências aplicadas às atividades físicas como Monitor de Biometria, quando recebeu a cuidadosa supervisão do prof. José Rizzo. O autor completou o Mestrado na área de Biociências e Atividade Física na UFRJ; ocasião em que teve a oportunidade de aprimorar suas técnicas através de cursos oferecidos pelos professores José Ney Ferraz Guimarães; Attila Josef Flegner e Maurício Leal Rocha. Obteve, em 2001, o título de Doutor, na área de Biodinâmica do Movimento Humano da Universidade de São Paulo, com a orientação do professor Paulo Sérgio Chagas Gomes. Recentemente, em 2018, o autor completou um estágio pós-doutoral no History and Philosophy of Science Department da prestigiosa Universidade Cambridge no Reino Unido. Seguindo o exemplo de seus mestres, o autor intenta despertar o interesse pela avaliação do desempenho humano e colaborar na formação dos jovens profissionais da área das ciências do esporte.

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

Nesse capítulo serão apresentados os termos e definições adotadas na área de biometria, assim como, os procedimentos para a organização e execução de uma bateria de testes. É aconselhável que o leitor busque informações mais aprofundadas sobre as ferramentas estatísticas para o controle de qualidade dos testes, que encontram-se em cursos e livros de estatística aplicada às ciências do esporte.

1.1. Conceitos e definições empregadas na Cineantropometria

1.1.1. Cineantropometria

É a ciência que tem como tema central a medida do homem, em sua perspectiva morfológicas para o estudo dos fatores que influenciam o movimento nas suas mais variadas formas (Quadro 1.1).

Quadro 1.1: Aspectos e considerações relativos à Cineantropometria.


AspectoConsideração
IdentificaçãoCineantropometria é a mensuração do movimento humano.
EspecificaçãoÉ o estudo do tamanho, forma, proporção, maturação e função do corpo humano.
AplicaçãoTem aplicação para o entendimento do crescimento, da fisiologia do exercício, do desempenho esportivo e nutrição.
RelevânciaApresenta aplicação em medicina, educação e em saúde pública.

1.1.2. Medida

É uma grandeza determinada que serve de padrão (modelo) para a comparação com outras grandezas.

1.1.3. Teste

É o método empregado para medir.

1.1.4. Análise

É o processo filosófico que parte do simples para o complexo, ou dos efeitos às causas. A análise parte da fragmentação do todo em suas partes, para o exame de cada uma dessas partes, a fim de se compreender o todo.

1.1.5. Avaliação

Processo de julgamento e tomada de decisão, baseado na análise dos dados qualitativos e quantitativos, com a finalidade de traçar planos e administrar tal planejamento para se atingir metas exequíveis.

PLANO


AVALIAÇÃO EXECUÇÃO

1.2. Cuidados administrativos para a condução de testes

São três os tipos de avaliações que poderão ocorrer em diferentes momentos.

1.2.1. Avaliação diagnóstica

É a avaliação realizada para o conhecimento da situação em que se encontra um indivíduo ou grupo, em relação a uma ou diferentes variáveis, no início do programa.

1.2.2. Avaliação formativa

Avaliação formativa ocorre durante todo o decorrer do processo para informar como o objeto de estudo está respondendo à intervenção. Essa avaliação objetiva dinamizar ao máximo o processo de treinamento ou de ensino.

1.2.3. Avaliação somativa

Com esta modalidade de avaliação o professor/treinador procura analisar o aluno/atleta no final do processo, a fim de atribuir um conceito ou nota final de acordo com as respostas obtidas em relação ao objetivo traçado no início do programa.

1.2.4. Fases de aplicação de um teste

Divide-se as fases dos testes em Fase Preparatória, na qual seleciona-se e planeja-se os teste; Fase de Aplicação, na qual executa-se os testes; e Fase de Análise, na qual analisa-se os resultados e avalia-se os sujeitos.

1.2.4.1. Fase preparatória ou pré-teste

Os cuidados administrativos relacionados a esta fase devem considerar:

•O testado (quem? por quê? para que? e onde?);

•Os critérios de autenticidade científica para a seleção de um teste;

•Equipamentos e materiais;

•Espaço físico;

•Pessoal qualificado;

•Comunicação das instruções (fichas, desenhos, ilustrações, fotografias entre outros);

•Segurança;

•Divisão do grupo a ser avaliado;

•Registros das informações (fichas de coletas de dados e padronização da unidade de medida a ser registrada);

•Horário e condições ambientais;

•Arrumação do local;

•Estudo piloto;

1.2.4.2. Fase de aplicação ou intra-teste

Nesta fase os cuidados a considerar são:

•Última revisão das estações e de todo o circuito;

•Segurança;

•Instruções finais;

•Aquecimento (quando necessário);

•Motivação (quando necessária);

•Registros precisos e uniformes dos resultados;

•Recolher as fichas de coleta de dados;

•Observar se nas fichas constam o nome, sexo, número do teste, local, data, hora, temperatura ambiente, entre outras;

1.2.4.3. Fase de análise ou pós-teste

Nesta fase devemos estar preocupados com:

•A organização dos dados coletados;

•Transformar os registros em índices;

•Comparar os sujeitos entre si e com as normas já existentes;

•Localizar pontos fracos e fortes;

•Apontar a colocação do testado no ranque do grupo;

•Reajustar o programa de treinamento;

•Construir normas próprias.

1.3. Critérios seletivos para o emprego de um teste

O coeficiente de correlação “produto momento de Pearson” é o cálculo estatístico que mede a concordância entre duas variáveis.

Esse coeficiente oscila de -1 a +1, passando pelo 0 (zero). Quando não há nenhuma relação entre as variáveis, o coeficiente obtido é zero. Isto ocorre, por exemplo, quando comparamos os escores obtidos num teste de abdominais com os escores obtidos num teste de gramática.

As correlações podem ser positivas ou negativas. Um exemplo de correlação positiva, provavelmente perfeita, pode ser a relação entre intensidade da luz solar num dia claro com o tempo, em horas, do nascer do sol até o meio dia. Na medida em que o tempo passa, o dia vai se tornando progressivamente mais luminoso. Assim, se plotarmos num gráfico cartesiano no eixo horizontal (x) o tempo e no eixo vertical (y) a intensidade da luz, iremos constatar que a cada fração de tempo haverá um aumento proporcional de intensidade luminosa, o que é demonstrado pela linha reta formada pelos pontos (Figura 1.1).


Figura 1.1: Exemplo de correlação perfeita positiva (r=+1,0) entre o horário e a intensidade luminosa.

Como exemplo de correlação perfeita negativa, podemos utilizar também a relação entre o horário e a intensidade da luz. Porém, quando as observações são feitas após o meio dia até o anoitecer. Neste caso, no decorrer de cada fração de tempo haverá um declínio da intensidade luminosa, ou seja, estas varáveis estarão inversamente relacionadas (Figura 1.2).


Figura 1.2: Exemplo de correlação perfeita negativa (r=-1,0) entre o horário após o meio dia e a intensidade da luz solar.

As correlações podem ser avaliadas segundo os critérios abaixo:

•de 0,90 a 0,99 excelente

•de 0,80 a 0,89 alta

•de 0,70 a 0,79 moderada

 

•de 0,60 a 0,69 fraca

•de 0,50 a 0,59 muito fraca

1.3.1. Validade

A validade diz respeito à capacidade de um teste medir aquilo que esse destina-se. A validade, em muitos casos, é estabelecida de forma empírica e inquestionável. Isto ocorre quando queremos saber, por exemplo, o tamanho da circunferência do braço de um indivíduo e, para isso, passamos uma trena pelo ponto de maior volume do braço. Neste caso, não há dúvidas de que este procedimento é válido. Trata-se no último caso, de validade de conteúdo.

Já a validade de constructo é dada quando a definição da variável descreve o processo de sua medição. Um exemplo desse método de validação pode ser quando define-se flexibilidade como a maior amplitude possível que é voluntariamente atingida no arco do movimento de uma articulação. Se o ângulo máximo é medido através de um flexômetro ou de um goniômetro a medida apresentará validade.

Outra forma de se estabelecer a validade de um teste é quando comparamos o resultado desse teste com outro que sabidamente mede aquilo que nos propomos a medir, ou o “padrão ouro”. Como exemplo, podemos imaginar que você acredita que a circunferência de cintura em homens é um bom índice do peso gordo. Assim, você mede a cintura de um grupo de homens e no mesmo grupo você mede a densidade corporal através da pesagem hidrostática. Se os testes apresentarem resultados bem correlacionados, você acaba de validar o seu instrumento.

Em alguns casos, a validade de um teste não é clara. Por exemplo, podemos perguntar: Será que um indivíduo que conduz uma bola de futebol de salão por um percurso sinuoso de seis metros em oito segundos é capaz de conduzir a mesma bola, com eficiência, durante uma partida?

1.3.2. Confiabilidade ou fidedignidade

Diz respeito ao erro intra-teste, ou ao grau em que esperamos que os resultados sejam constantes e reprodutíveis.

Quando nós medimos cuidadosamente com uma régua, por duas vezes, o comprimento de nosso caderno, provavelmente encontraremos o mesmo resultado. Porem, quando se trata de medidas de funções fisiológicas, a margem de erro aumenta muito, especialmente se a variável for de difícil isolamento, como a coordenação motora, agilidade, e outras. Com o propósito científico, não devemos permitir erros superiores a 5%. No entanto, erros que chegam até 15 ou 20% podem ter utilidade no aspecto clínico.

Para determinarmos a confiabilidade de um teste, devemos correlacionar os escores de um grupo de indivíduos submetidos a pelo menos duas vezes ao mesmo teste, sendo que estes devem ocorrer em momentos próximos.

1.3.3. Objetividade

É o grau de consistência dos resultados quando medidos por dois ou mais avaliadores.

A objetividade diz respeito ao erro entre testadores. Já a confiabilidade diz respeito ao erro intra-testador.

A forma de determinar-se a objetividade de um teste é correlacionando-se os escores de um grupo de indivíduos obtidos por dois ou mais testadores.

Observamos que a segurança que podemos ter sobre as informações de um teste será informada pelos coeficientes de correlação, ou outros índices estatísticos tais como a correlação intra-classe ou o coeficiente de variação, para a prova da validade, confiabilidade e objetividade. Além disto, devemos considerar outros fatores para a escolha de um teste que não apresentam bons índices matemáticos que descrevam sua consistência. Estes critérios suplementares estão listados a seguir.

1.3.4. Padronização

É a descrição detalhada dos instrumentos e procedimentos empregados no teste.

1.3.5. Viabilidade

Diz respeito à possibilidade de tal teste ser aplicado, considerando os custos, equipamentos, instalações, entre outros.

1.3.6. Discriminação

É a capacidade do teste de separar indivíduos com características semelhantes.

1.3.7. Ortogonalidade

Recomenda-se não empregar mais de um teste para medir uma determinada variável.

1.3.8. Historicidade

Devem ser empregados os testes mais recentes ou aqueles que passaram pela prova do tempo.

1.3.9. Pessoal qualificado

Devem ser recrutados avaliadores que tenham experiência com os testes adotados.