A Bíblia Sagrada - Vol. I (Parte 2/2)

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O papado é exatamente o que a profecia declarou que havia de ser: a apostasia dos últimos tempos (II Tessalonicenses 2:3 e 4). Faz parte de sua política assumir o caráter que melhor cumpra o seu propósito; mas sob a aparência variável do camaleão, oculta o invariável veneno da serpente. "Não se deve manter a palavra empenhada aos hereges, nem com pessoas suspeitas de heresias," declara Roma. - História do Concílio de Constança, de Lenfant. Deverá esta potência, cujo registo milenar se acha escrito com o sangue dos santos, ser- hoje reconhecida como parte da igreja do Messias?

Não é sem motivo que se tem feito nos países protestantes a alegação de que o catolicismo difere hoje menos do protestantismo do que nos tempos passados. Houve uma mudança; mas esta não se verificou no papado. O catolicismo na verdade em muito se assemelha ao protestantismo que hoje existe; pois o protestantismo moderno muito se distancia daquele dos dias da Reforma.

Tendo estado as igrejas protestantes à procura do favor do mundo, a falsa caridade lhes cegou os olhos. Não vêem senão que é direito julgar bem de todo o mal; e, como resultado inevitável, julgarão finalmente mal de todo o bem. Em vez de permaneceremem defesa da fé que uma vez foi entregue aos santos, estão hoje, por assim dizer, justificando Roma, por motivo de sua opinião inclemente para com ela, e rogando perdão pelo seu fanatismo.

Uma numerosa classe, mesmo dentre os que consideram o romanismo sem favor, pouco perigo percebe em seu poderio e influência. Muitos insistem em que as trevas intelectuais e morais que prevaleceram durante a Idade Média favoreceram a propagação de seus dogmas, superstições e opressão, e que a inteligência maior dos tempos modernos, a difusão geral do saber e a crescente liberalidade em matéria de religião, vedam o avivamento da intolerância e tirania. O próprio pensamento de que tal estado de coisas venha a existir nesta era esclarecida, é ridicularizado. É verdade que grande luz intelectual, moral e religiosa resplandece sôbre esta geração. Das páginas abertas da santa Palavra de Deus, tem-se derramado luz do Céu sobre o mundo. Mas cumpre lembrar que quanto maior a luz concedida, maiores as trevas dos que a pervertem ou rejeitam.

Um estudo da Escritura Sagrada, feito com oração, mostraria aos protestantes o verdadeiro caráter do papado, e os faria aborrecê-lo e evitá-lo; mas muitos são tão sábios em seu próprio conceito que não sentem necessidade de humildemente buscar a Deus para que possam ser levados à verdade. Pôsto que se orgulhando de sua ilustração, são ignorantes tanto sôbre as Escrituras como a respeito do poder de Deus. Precisam de algum meio de acalmar a consciência; e buscam o que menos espiritual e humilhante é. O que desejam é um modo de se esquecer de Deus, que passe por um modo de lembrar-se dÊle. O papado está bem adaptado a satisfazer às necessidades de todos êstes. Está preparado para duas classes da humanidade, abrangendo o mundo quase todo: os que desejam salvar-se pelos próprios méritos, e os que desejam ser salvos em seus pecados. Eis aqui o segrêdo de seu poder.

Uma época de grandes trevas intelectuais demonstrou-se favorável ao êxito do papado. Provar-se-á ainda que um tempo de grande luz intelectual é igualmente favorável a seu triunfo. Nos séculos antigos, quando os homens estavam sem a Palavra de Deus e sem conhecimento da verdade, seus olhos estavam vendados, e milhares se enredavam, não vendo a cilada que lhes era armada sob os pés. Nesta geração muitos há cujos olhos se tornam ofuscados pelo resplendor das especulações humanas — da "falsamente chamada ciência;" não percebem a rêde e nela caem tão facilmente como se estivessem de olhos vendados. É o intuito de Deus que as faculdades intelectuais do homem sejam tidas na conta de um dom proveniente de seu Criador, e empregadas no serviço da verdade e da justiça; mas, quando são acariciados o orgulho e a ambição, e os homens exaltam as suas próprias teorias acima da Palavra de Deus, pode então a inteligência causar maior dano que a ignorância. Assim a falsa ciência da atualidade que mina a fé nas Escrituras Sagradas, mostrar-se-á tão bem sucedida no preparar o caminho para a aceitação do papado com seu formalismo aprazível, como o fez a retenção do saber ao abrir o caminho para o seu engrandecimento na Idade Média.

No movimento ora em ação nos Estados Unidos a fim de conseguir para as instituições e úsos da igreja o apoio do Estado, os protestantes estão a seguir as pegadas dos romanistas. Na verdade, mais que isto, estão abrindo a porta para o papado a fim de adquirir na América protestante a supremacia que perdeu no Velho Mundo. E o que dá maior significação a êste movimento é o fato de que o principal objeto visado é a obrigatoriedade da observância do domingo, prática que se originou com Roma, e que ela alega como sinal de sua autoridade. É o espírito do papado - espírito de conformidade com os costumes mundanos, com a veneração das tradições humanas acima dos mandamentos de Deus - que está embebendo as igrejas protestantes e levando-as a fazer a mesma obra de exaltação do domingo, a qual antes delas fêz o papado.

Se o leitor deseja compreender as agências (agentes) que atuarão na luta prestes a vir, não tem senão que investigar o relato dos meios que Roma empregou com o mesmo fito nos séculos passados. Se quiser saber como romanistas e protestantes, unidos, tratarão os que rejeitarem seus dogmas, veja o espírito que Roma manifestou em relação ao sábado é seus defensores.

Editos reais, concílios gerais e ordenanças eclesiásticas, apoiadas pelo poder secular, foram os passos por que a festividade pagã alcançou posição de honra no mundo cristão. A primeira medida de ordem pública impondo a observância do domingo foi a lei feita por Constantino. (No ano 321.) Êste edito exigia que o povo da cidade repousasse no "venerável dia do Sol," mas permitia aos homens do campo continuarem com suas fainas agrícolas. Posto que virtualmente um estatuto pagão, foi imposto pelo imperador depois de ser nominalmente aceito pelo cristianismo.

Como a ordem real não parecia substituir de modo suficiente a autoridade divina, Eusébio, bispo que procurava o favor dos príncipes e que era amigo íntimo e adulador de Constantino, propôs a alegação de que o Messias/ Cristo transferira o sábado para o domingo. Nenhum testemunho das Escrituras, sequer, foi aduzido em prova da nova doutrina. O próprio Eusébio inadvertidamente reconhece sua falsidade, e indica os verdadeiros autores da mudança. "Tôdas as coisas," diz êle, "que se deveriam fazer no sábado, nós as transferimos para o dia do Senhor [Editor-Bíblia e Lutero e Erasmo: o dia do Senhor é Sábado nada Domingo!!]." - Leis e Deveres Sabáticos, de R. Cox. Mas o argumento do domingo, infundado como era, serviu de acoroçoar os homens a conculcarem o sábado de YAHWEH (e nosso Senhor Yahshua). Todos os que desejavam ser honrados pelo mundo, aceitaram a festividade popular.

Com o firme estabelecimento do papado, a obra da exaltação do domingo continuou. Durante algum tempo o povo se ocupou com trabalho agrícola fora das horas de culto, e o sétimo dia, o sábado, continuou a ser considerado como dia de repouso. Lenta e seguramente, porém, se foi efetuando a mudança. Aos que se achavam em cargos sagrados era vedado proceder, no domingo, a julgamentos em qualquer questão civil. Logo depois, ordenava-se a tôdas as pessoas, de qualquer classe, abster-se do trabalho usual, sob pena de multa aos livres, e açoites no caso de serem servos. Mais tarde foi decretado que os ricos fôssem punidos com a perda da metade dos bens; e. finalmente, que, se se obstinassem, fôssem escravizados. As classes inferiores deveriam sofrer banimento perpétuo.

Recorreu-se também aos milagres. Entre outros prodígios foi referido que estando um lavrador, em dia de domingo, a limpar o arado com um ferro para em seguida lavrar o campo, o ferro cravou-se-lhe firmemente na mão, e durante dois anos êle o carregou consigo, "para a sua grande dor e vergonha." - Discurso Histórico e Prático Sôbre o Dia do Senhor, de Francis West.

Mais tarde o papa deu instruções para que o padre da paróquia admoestasse os violadores do domingo, e fizesse com que fôssem à igreja dizer suas orações, não acontecesse trouxessem êles alguma grande calamidade sôbre si mesmos e os vizinhos. Um concílio eclesiástico apresentou o argumento, desde então tão largamente empregado, mesmo pelos protestantes, de que, tendo pessoas sido fulminadas por raios enquanto trabalhavam no domingo, deve êste ser o dia de repouso. "É evidente," diziam os prelados, "quão grande foi o desprazer de Deus pela sua negligência quanto a êste dia." Fêz-se então ó apêlo para que padres e ministros, reis e príncipes, e todo o povo fiel, "empregassem os maiores esforços e cuidado a fim de que o dia fôsse restabelecido à sua honra e, para crédito do cristianismo, mais dedicadamente observado no futuro." - Discurso em Seis Diálogos Sôbre o Nome, Noção e Observância do Dia do Senhor, de T. Morer.

Mostrando-se insuficientes os decretos dos concílios, foi rogado às autoridades seculares que promulgassem um edito que inspirasse terror ao povo, e o obrigasse a abster-se do trabalho no domingo. Num sínodo realizado em Roma, tôdas as decisões anteriores foram reafirmadas, com maior fôrça e solenidade. Foram também incorporadas à lei eclesiástica, e impostas pelas autoridades civis, através de quase tôda a cristandade. - Hístória do Sábado, de Heylyn.

A ausência de autoridade escriturística para a guarda do domingo ainda ocasionava não pequenas dificuldades. O povo punha em dúvida o direito de seus instrutores de deixarem de lado a positiva declaração de YAHWEH: "o sétimo dia é o sábado de YAHWEH teu Elohim (Deus)," para honrar o dia do Sol. A fim de suprir a falta de testemunho bíblico, foram necessários outros expedientes. Um zeloso defensor do domingo, que pelos fins do século XII visitou as igrejas da Inglaterra, encontrou resistência por parte de fiéis testemunhas da verdade; e tão infrutíferos foram os seus esforços que se retirou do país por algum tempo, em busca de meios para fazer valer os seus ensinos. Ao voltar, a falta foi suprida, e em seus trabalhos posteriores obteve maior êxito. Trouxe consigo um rôlo que dizia provir do próprio Deus, e conter a necessária ordem para a observância do domingo, com terríveis ameaças para amedrontar o desobediente. Êste precioso documento - fraude tão vil como a instituição que apoiava, dizia-se haver caído do Céu, e sido achado em Jerusalém, sôbre o altar de S. Simeão, no Gólgota. Mas, em realidade, o palácio pontifical em Roma foi a fonte donde procedeu. Fraudes e falsificações para promover o poderio e prosperidade da igreja têm sido em todos os séculos consideradas lícitas pela hierarquia papal.

 

O rôlo proibia o trabalho desde a hora nona, três horas da tarde, do sábado, até ao nascer do Sol na segunda-feira; e declarava-se ser a sua autoridade confirmada por muitos milagres. Referia-se que pessoas que trabalharam além da hora indicada, foram atacadas de paralisia. Certo moleiro que tentou moer o trigo, viu, em lugar da farinha, sair uma torrente de sangue, e a mó ficar parada apesar do forte ímpeto da água. Uma mulher que pusera massa de pão ao forno, achou-a crua quando foi tirada, embora o forno estivesse muito quente. Outra que tinha massa preparada para cozer à hora nona, mas resolvera deixá-la de lado até segunda-feira, encontrou-a no dia seguinte transformada em pães e estava cozida pelo poder divino. Um homem que cozeu o pão depois da hora nona no sábado, achou, ao parti-lo na manhã seguinte, que do mesmo saía sangue. Por meio de tais invencionices absurdas e supersticiosas, esforçaramse os defensores do domingo por estabelecer a santidade dêste. - Anais, de Rogério de Hoveden.

Na Escócia, assim como na Inglaterra, conseguiu-se consideração maior pelo domingo, unindo-se-lhe uma parte do antigo sábado. Mas o tempo que se exigia fôsse santificado, variava. Um edito do rei da Escócia declarou que "se deveria considerar santo desde o meio-dia de sábado," e que ninguém, desde aquela hora até segunda-feira de manhã, deveria ocupar-se em trabalhos seculares. - Diálogos Sôbre o Dia do Senhor, de Morer.

Mas, apesar de todos os esforços para estabelecer a santidade do domingo, os próprios romanistas publicamente confessavam a autoridade divina do sábado, e a origem humana da instituição pela qual foi êle suplantado. No século dezesseis, um concílio papal declarou plenamente: "Lembrem-se todos os cristãos de que o sétimo dia foi consagrado por Deus, recebido e observado, não sòmente pelos judeus mas por todos os outros que pretendiam adorar a Deus, embora nós, os cristãos, tenhamos mudado o seu sábado para o dia do Senhor [domingo é falso: as antigas Escrituras Sagradas disse: Sábado!!]." - Idem. Os que estavam a se intrometer com a lei divina, não ignoravam o caráter de sua obra. Achavam-se deliberadamente colocando-se acima de Deus.

Exemplo notável da política de Roma para com os que dela discordavam, foi dado na longa e sanguinolenta perseguição dos valdenses, alguns dos quais eram observadores do sábado. Outros sofreram de modo semelhante pela sua fidelidade para com o quarto mandamento. A história das igrejas da Etiópia é especialmente significativa. Em meio das trevas da Idade Média, os cristãos da Africa Central foram perdidos de vista e esquecidos pelo mundo, e durante muitos séculos gozaram liberdade no exercício de sua fé. Mas finalmente Roma soube de sua existência, e o imperador da Abissínia foi logo induzido a reconhecer o papa como vigário de Cristo. Seguiram-se outras concessões.

Foi promulgado um edito proibindo a observância do sábado, sob as mais severas penas. - História Eclesiástica da Etiópia, de Michael Geddes. Mas a tirania papal se tornou logo um jugo tão amargo, que os abissíniós resolveram sacudi-lo de seu pescoço. Depois de luta terrível, os romanistas foram banidos de seus domínios, restabelecendo-se a antiga fé. As igrejas regozijaram-se com a liberdade, e jamais olvidaram a lição que aprenderam concernente aos enganos, fanatismo e poder despótico de Roma. Estavam contentes por permanecerem dentro de seu reino solitário, desconhecidos para o resto da cristandade.

As igrejas da África observavam o sábado como êste fôra guardado pela igreja papal antes de sua completa apostasia. Enquanto guardavam o sétimo dia em obediência ao mandamento de Deus, abstinham-se de trabalhar no domingo, em conformidade com o costume da igreja. Obtendo poder supremo, Roma pisou sôbre o sábado do Senhor para exalltar o seu próprio; mas as igrejas da África, ocultas quase durante mil anos, não participaram desta apostasia. Quando postas sob o domínio de Roma, foram obrigadas a deixar de lado o verdadeiro sábado e exaltar o falso; porém, mal (re-)adquiriram a independência, voltaram a obedecer ao quarto mandamento.

Êstes relatos do passado revelam claramente a inimizade de Roma para com o sábado legítimo e seus defensores, e os meios que emprega para honrar a instituição por ela criada. A Palavra de Deus ensina que estas cenas devem repetir-se, quando os católicos romanos e protestantes se unirem para a exaltação do domingo.

A profecia do capítulo 13 do Apocalipse declara que o poder representado pela bêsta de cornos semelhantes aos do cordeiro fará com que a "Terra e os que nela habitam" adorem o papado, ali simbolizado pela bêsta "semelhante ao leopardo." A bêsta de dois cornos dirá também "aos que habitam na Terra que façam uma imagem à bêsta;" e, ainda mais, mandará a todos, "pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos," que recebam o "sinal da bêsta." Apocalipse 13:11-16. Mostrou-se que os Estados Unidos são o poder representado pela bêsta de cornos semelhantes aos do cordeiro, e que esta profecia se cumprirá quando aquela nação impuser a observância do domingo, que Roma alega ser um reconhecimento especial de sua supremacia. Mas nesta homenagem ao papado os Estados Unidos não estarão sós. A influência de Roma nos países que uma vez já lhe reconheceram o domínio, está ainda longe de ser destruída. E a profecia prevê uma restauração de seu poder. "Vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e tôda a Terra se maravilhou após a bêsta." Apocalipse 13:3. A inflição da chaga mortal indica a queda do papado em 1798. Depois disto, diz o profeta: "A sua chaga mortal foi curada; e tôda a Terra se maravilhou após a bêsta." S. Paulo declara expressamente que o homem do pecado perdurará até ao segundo advento. (II Tessalonicenses 2:8). Até mesmo ao final do tempo prosseguirá com a sua obra de engano. E diz o escritor do Apocalipse, referindo-se também ao papado: "Adoraram-na todos os que habitam sôbre a Terra, êsses cujos nomes não estão escritos no livro da vida." Apocalipse 13:8. Tanto no Velho como no Novo Mundo o papado receberá homenagem pela honra prestada à instituição do domingo, que repousa unicamente na autoridade da Igreja de Roma.

Durante mais de meio século, investigadores das profecias nos Estados Unidos têm apresentado ao mundo êste testemunho. Nos acontecimentos que ora estão a ocorrer, percebe-se rápido progresso no sentido do cumprimento da profecia. Com os ensinadores protestantes há a mesma pretensão de autoridade divina para a guarda do domingo, e a mesma falta de provas bíblicas, que há com os chefes papais que forjaram os milagres para suprir a falta do mandamento de Deus. A asserção de que os juízos divinos caem sôbre os homens por motivo de violarem o repouso dominical, será repetida. Já se ouvem vozes neste sentido. E o movimento para impor a observância do domingo está rapidamente ganhando terreno.

A sagacidade e astúcia da Igreja de Roma são surpreendentes. Ela sabe ler o futuro. Aguarda o seu tempo, vendo que as igrejas protestantes lhe estão prestando homenagem com o aceitar do falso sábado, e que se preparam para impô-lo pelos mesmos meios que ela própria empregou em tempos. passados. Os que rejeitam a luz da verdade procurarão ainda o auxílio dêste poder que a si mesmo se intitula infalível, a fim de exaltarem uma instituição que com êle se originou. Quão prontamente virá êsse poder em auxílio dos protestantes nesta obra, não é difícil imaginar. Quem compreende melhor do que os dirigentes papais como tratar com os que são desobedientes à igreja?

A Igreja Católica, Romana, com tôdas as suas ramificações pelo mundo inteiro, forma vasta organização, dirigida da sé papal, e destinada a servir aos interêsses desta. Seus milhões de adeptos, em todos os países do globo, são instruídos a se manterem sob obrigação de obedecer ao papa. Qualquer que seja a sua nacionalidade ou govêrno, devem considerar a autoridade da igreja acima de qualquer outra autoridade. Ainda que façam juramento prometendo lealdade ao Estado, por trás disto, todavia, jaz o voto de obediência a Roma, absolvendo-os de tôda obrigação contrária aos interêsses dela.

A história testifica de seus esforços, astutos e persistentes, no sentido de insinuar-se nos negócios das nações; e, havendo conseguido pé firme, nada mais faz que favorecer seus próprios interêsses, mesmo com a ruína de príncipes e povo. No ano 1204, o papa Inocêncio III arrancou de Pedro II, rei de Aragão, o seguinte e extraordinário juramento: "Eu, Pedro, rei dos aragoneses, declaro e prometo ser sempre fiel e obediente a meu senhor, o papa Inocêncio, a seus sucessores católicos, e à Igreja Romana, e fielmente preservar meu reino em sua obediência, defendendo a fé católica, e perseguindo a corrupção herética." - História do Romanismo, de Dowling. Isso está em harmonia com as pretensões relativas ao poder do pontífice romano, de que "lhe é lícito depor imperadores," e de que "pode absolver os súditos, de sua fidelidade para com os governantes ímpios." — História Eclesiástica, de Mosheim.

E, convém lembrar, Roma jacta-se de que nunca muda. Os princípios de Gregório VII e Inocêncio III ainda são os princípios da Igreja Católica, Romana. E tivesse ela tão sòmente o poder, pô-los-ia em prática com tanto vigor agora como nos séculos passados. Pouco sabem os protestantes do que estão fazendo ao se proporem aceitar o auxílio de Roma na obra da exaltação do domingo. Enquanto se aplicam à realização de seu propósito, Roma está visando a restabelecer o seu poder, para recuperar a supremacia perdida. Estabeleça-se nos Estados Unidos o princípio de que a igreja possa empregar ou dirigir o poder do Estado; de que as observâncias religiosas possam ser impostas pelas leis seculares; em suma, que a autoridade da igreja e do Estado devem dominar a consciência, e Roma terá assegurado o triunfo naquele país.

A Palavra de Deus deu aviso do perigo iminente; se êste for desatendido, o mundo protestante saberá quais são realmente os propósitos de Roma, apenas quando fôr demasiado tarde para escapar da cilada. Ela está silenciosamente crescendo em poder. Suas doutrinas estão a exercer influência nas assembléias legislativas, nas igrejas e no coração dos homens. Está a erguer suas altaneiras e maciças estruturas, em cujos secretos recessos se repetirão as anteriores perseguições. Sorrateiramente, e sem despertar suspeitas, está aumentando suas fôrças para realizar seus objetivos ao chegar o tempo de dar o golpe. Tudo que deseja é a oportunidade, e esta já lhe está sendo dada. Logo veremos e sentiremos qual é o propósito do rornanismo. Quem quer que creia na Palavra de Deus e a ela obedeça, incorrerá por êsse motivo em censura e perseguição.

de: "Ameaça à Consciência", Ellen G. White, em Pôrto Alegre, em 1935, São Paulo, Brasil, págs. 611-629

Editor: o nome de Deus YAHWEH, sua Filho Yahshua o Messias é no texto, e o palavra: Elohim ("não correcto: Deus!")

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